Olhe esta foto. Aparentemente nada demais, certo? Já parou para pensar que por trás desse ato tão normal poderia existir uma realidade tão perturbadora e triste? Para que sua pasta de dente, xampu e vários outros produtos que você utiliza todos os dias fossem considerados “seguros” para seu uso, animais indefesos podem ter sido utilizados como cobaias e provavelmente morreram em seguida. Faz sentido? Será mesmo que podemos comparar e ter como cobaia um animal de uma espécie diferente da nossa para nos certificar de que um produto é seguro? Ou será que essa prática é apenas um atraso científico sem sentido, um desperdício de dinheiro público e uma crueldade sem tamanho? Numa época em que o termo desenvolvimento sustentável se tornou um modelo ideal a ser seguido no mundo inteiro, tais práticas já não deveriam mais ter espaço na nossa sociedade.
De acordo com a ONG brasileira defensora dos direitos animais, Projeto Esperança Animal (PEA), “o teste em animais envolve todo e qualquer experimento com animais cuja finalidade é a obtenção de um resultado, seja de comportamento, medicamento, cosmético ou ação de substâncias químicas em geral. Geralmente os experimentos são realizados sem anestésicos.” Ou seja, do seu desinfetante ao seu creme antirrugas, remédio pra dor e até o cigarro que você fuma podem ser de marcas que realizam testes em animais. E caminhando junto com esses testes, existe também a chamada vivissecção, que se trata da dissecção de animais vivos para estudos. (PEA, 2012). A vivissecção infelizmente ainda é realizada em várias instituições de ensino ao redor do mundo todo.
Curiosidade: Os Testes mais comuns
– Testes de Irritação dos Olhos e Dermal: Os testes mais comuns em animais podem ser para medir a ação nociva de ingredientes químicos presentes em produtos de limpeza, cosméticos e farmacêuticos. Para isso os produtos são aplicados diretamente em seus olhos e pele raspada ou ferida, forçando a possibilidade de surgirem irritações. São os chamados testes de irritação dos olhos e dermal.
– LD 50: Outro teste comum, e talvez um dos mais cruéis, é o chamado LD 50, do inglês lethal dose 50 percent (ou dose letal 50 por cento), que serve para medir a toxicidade de certos ingredientes. O procedimento consiste em forçar o animal a ingerir ou inalar, bem como injetar via subcutânea, intravenosa, intraperitoneal, retal ou vaginal, uma determinada quantidade de substância e verificar todos os efeitos sentidos por ele: dores angustiantes, convulsões, diarreia e muito mais sofrimento, até a possível morte.
– Experimentação animal na educação:Os animais também são utilizados em estudos feitos por muitas universidades, inclusive brasileiras. Macacos, cães, gatos, ratos, camundongos, porcos, porcos-da-índia e rãs são submetidos a testes de pesquisa dentária, cirurgias experimentais, práticas médico-cirúrgicas e são dissecados vivos, sem nenhuma anestesia, para estudos do funcionamento dos sistemas e anatomia do corpo. Também existem os testes de estudos psicológicos, aonde filhotes são separados da mãe, animais são privados de água, alimento, convivência com outros da mesma espécie e submetidos a situações de estresse usando choques elétricos para analisar as reações.
Fontes: FBAV (Frente Brasileira para Abolição da Vivissecção) e Livro “A verdadeira Face da Experimentação Animal” – Sergio Greif & Thales Tréz.
A Fauna de Laboratório:
* Ratos: utilizados geralmente para se investigas o sistema imunológico;
* Coelhos: submetidos a testes cutâneos e oculares, além de outros atrozes procedimentos;
* Gatos: servem, sobretudo, às experiências cerebrais;
* Cães: normalmente destinados ao treinamento de cirurgias;
* Rãs: usadas para testes de reação muscular e, principalmente, na observação didática escolar;
* Macacos: para análises comportamentais, dentre outras coisas;
* Porcos: cuja pele frequentemente serve de modelo para o estudo da cicatrização;
* Cavalos: muito utilizados no campo da sorologia;
* Pombos e Peixes: que se destinam, em regra, aos estudos toxicológicos.
O modelo de experimentação em animais já se mostrou inadequado, pois existem casos em que a experimentação animal provocou danos irreversíveis ou letais nos seres humanos.
– Transplante de Órgãos: Experimentos considerados favoráveis em animais, porém desastrosos em seres humanos. Muitos humanos morreram logo após receber o órgão doado por complicações que não foram previstas nos experimentos com animais.
– Aids: Desde 1984 cientistas tentam infectar chimpanzés com o vírus HIV. Até hoje nenhum ficou clinicamente doente, pois nenhum animal reproduz a infecção do HIV-1 (doença de humanos).
– Câncer: Existem mais de 200 tipos de câncer. Os animais usados em laboratório desenvolvem câncer de uma forma bem diferente da observada em humanos, além de reagirem de maneira diferente aos fármacos empregados no combate à doença.
Fonte: https://pt.scribd.com/doc/17531210/Vivisseccao (Resumos)
Leia mais: 50 Consequências Fatais da Experimentação em Animais.Disponível em: http://www.pea.org.br/crueldade/testes/
Hoje em dia, já existem vários programas de métodos substitutivos ao uso de animais na educação e em treinamentos. E profissionais das mais renomadas instituições de ensino e clínicas, tanto na medicina humana quanto na veterinária, se mostram a favor dessa substituição em prol de um avanço tecnológico sustentável.
O Physicians Committee for a Responsible Medicine (PCRM), um comitê de profissionais da saúde contrários a vivissecção relata que métodos de pesquisas sofisticados que não requeiram animais são mais precisos, mais baratos e menos demorados que os métodos de pesquisa tradicionais que usam animais. Pacientes poderiam ser poupados de aguardar anos por drogas úteis para o tratamento e alivio de seu sofrimento. Ocorreriam menos mortes por efeitos colaterais. Os impostos seriam mais bem empregados prevenindo o sofrimento humano em primeiro lugar. Para isso, o comitê sugere a criação de programas de educação e assistência médica para indivíduos de baixa renda em vez de tornar animais artificialmente doentes para depois tentar tratá-los. Há também programas de doação de cadáveres de animais, similar ao programa de doação de cadáveres humanos das universidades
Fontes: https://pt.scribd.com/doc/17531210/Vivisseccao (Resumos); site da ANDA (2013) e Interniche Brasil, site da PEA (2012)
De acordo com a Lei de nº 9.605, de 13 de Fevereiro, de 1998, as experimentações em animais são ilegais quando existirem recursos alternativos.
Capítulo V – Dos Crimes Contra o Meio Ambiente
Seção I – Dos Crimes contra a Fauna
Art. 32º Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.
§1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Nenhum aluno precisa participar de aulas que envolvam animais vivos. Nenhum professor, ou diretor, pode puni-los, tirar pontos ou reprová-los por isso, pois o aluno está amparado pela lei. Isso se chama Objeção de Consciência. A objeção de consciência indica o grau de consciência social em um Estado, a liberdade dos cidadãos desse mesmo Estado, bem como a intensidade da intervenção do Estado na esfera particular dos cidadãos. É oportunidade para a prática da democracia. Veja informações de apoio ao estudante no site do Interniche Brasil.
Fonte: http://www.pea.org.br/crueldade/testes/#Objeção de Consciência
No dia 04/06/2014 a Câmara dos Deputados aprovou o novo projeto de lei que proíbe o uso de animais em teste para desenvolver produtos de uso cosmético, como maquiagem e cremes de combate ao envelhecimento. Ainda é necessário que ocorra a votação no Senado antes de o projeto seguir para a sanção presidencial. O projeto prevê multas de R$ 50.000 até R$ 500.000 para as instituições que seguirem com esta prática. Além disso, o novo projeto também determina que para os casos em que os testes em animais forem liberados, os animais utilizados como cobaias devem estar sob efeito de anestesia como uma medida para tentar reduzir o sofrimento dos mesmos.
– Testes em animais no Brasil
Uma pesquisa, realizada pela HSI e conduzida pelo IBOPE, revela que dois terços da população apoia a mudança na legislação. Por volta de 66% dos brasileiros são a favor da proibição nacional dos testes em animais para cosméticos e seus ingredientes no Brasil. Essa mesma porcentagem também acredita que empresas que se dizem comprometidas com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade devem confirmar que não testam seus produtos em animais. Fonte: http://www.anda.jor.br/13/03/2013/brasileiros-tambem-querem-fim-dos-testes-em-animais-na-industria-de-cosmeticos
Mais notícias em: http://camaraempauta.com.br/portal/artigo/ver/id/4384/nome/Ativistas_pedem_ao_Ministerio_da_Saude_que_proiba_testes_com_animais
Embora existam instituições no Brasil que já proibiram ou ao menos diminuíram o uso de animais vivos em laboratórios, o país ainda não tomou o grande passo na direção da abolição de tais testes como um todo. E esta grande conquista começa com alguns pequenos atos de cada um de nós para que o país possa deixar para trás este atraso e avançar em direção ao progresso.
Por isso a importância de pensar duas vezes antes de deixar seu animal de estimação em qualquer abrigo ou doar para um desconhecido. Lembre-se que animais não são brinquedos, e sim seres vivos que vivem durante anos e precisam de muito cuidado e carinho. Evite um destino cruel para seus animais.
Fonte: https://pt.scribd.com/doc/17531210/Vivisseccao (Resumos)
–http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,alckmin-sanciona-lei-que-proibe-testes-em-animais-pela-industria-cosmetica,1121870
–http://ciclovivo.com.br/noticia/lei-que-proibe-criacao-de-animais-em-confinamento-e-aprovada-em-sp
Visite esses sites de ONGs de proteção de animais e torne-se um ativista: http://www.institutoninarosa.org.br http://www.pea.org.br/http://www.anda.jor.br/ http://www.aila.org.br/ http://www.peta.org/
Leia mais:
A Verdadeira face da Experimentação Animal
Autor: Sérgio Greif e Thales Tréz
Sobre: Mostra os “porões” do uso científico de animais.O livro, que foi produzido pela Sociedade Educacional Fala Bicho, conta, também, com depoimentos de pessoas de grande notoriedade, entre elas o Dr. Ivo Pitanguy. Onde Comprar: http://www3.internichebrasil.org/
Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação
Autor: Sérgio Greif
Sobre: Mostra alternativas que substituem vivissecção. Onde Comprar:inr@institutoninarosa.org.br Versão para Download PDF: http://www.institutoninarosa.org.br/livros/alternativas.pdf
